top of page
  • Foto do escritorFelipe Sapia

Santos corre riscos e Palmeiras sobrevive

Na última quinta-feira (06), o 'Clássico da Saudade' terminou com um saldo positivo para o vencedor e muito negativo para o perdedor. A frenética partida terminou 3x2 para o Palmeiras, que conseguiu se manter vivo na briga pela vaga nas eliminatórias, mas esse resultado foi péssimo para o Santos que luta contra o rebaixamento e não pode perder a partida da última rodada contra o São Bento.

Marinho e Willian disputando a bola. / Reprodução: Marcos Ribolli

Mesmo assim, o clássico contra o Palmeiras foi uma das melhores - se não, a melhor - partidas do Peixe na temporada. Kaio Jorge, que há muito tempo não era relacionado como titular, foi escalado como atacante central e não decepcionou, marcou 2 gols. Além dele, outros dois jogadores que foram bem e seguem se firmando no elenco são Gabriel Pirani e Jean Mota.


Já o Palmeiras conseguiu fazer uma partida regular, um pouco abaixo da do Santos, mas com dois pontos-chave: inteligência e efetividade. Os primeiros gols - marcados por Viña e Willian - foram em bola aérea, maior ponto fraco do Santos. Além disso, no primeiro e no terceiro gol - feito por Lucas Esteves - os jogadores aproveitaram as falhas individuais de posicionamento e marcação dos laterais santistas para conseguir tocar a bola e encontrar o companheiro livre na área.


O anúncio do novo técnico e o esforço não recompensado

Momentos antes da partida começar o Gabriel dos Santos e o André Hernan, repórteres do GE, anunciaram que Fernando Diniz é o novo técnico do Peixe. O anúncio oficial veio somente na sexta-feira e o Diniz assume a equipe logo após o Paulista. Observando o contexto total, é compreensível a revolta com a eliminação na fase de grupos do Paulista, até porque isso não acontecia desde 2003, mas, sabendo o cenário caótico que o time vive, esse tempo a mais sem jogos que o Santos terá, será importante para que o Diniz conheça o elenco e possa treinar a equipe com seu estilo de jogo.


Em relação à partida, não há dúvidas que o Santos merecia pelo menos o empate. A equipe jogou como não jogava há muito tempo e perdeu a partida por erros individuais, algo que já está se tornando comum ultimamente. Pará, o lateral direito, vive uma péssima fase, apoia muito mal e defende pior ainda, perde todas as disputas de cabeça e dificilmente consegue marcar bem o ponta. Já Felipe Jonatan ataca de forma regular, mas é uma avenida e toma bola nas costas todo jogo. Além disso, o lateral esquerdo é pouco esforçado na recomposição e ainda criou um clima desagradável no meio do jogo ao discutir com Arzul e Marinho, companheiros de equipe. Os laterais tiveram erros capitais no primeiro e no terceiro gol e, se não fosse por isso, o Santos poderia ter ganhado o jogo e melhorado sua situação. Outra notícia ruim é que Marinho saiu de campo aos 40 minutos do primeiro tempo lesionado. Ainda não se sabe a gravidade da lesão.

Kaio Jorge comemorando seu 2° gol / Reprodução: Ivan Storti

Em relação aos pontos positivos, é necessário exaltar Kaio Jorge, autor dos 2 gols, Pirani e Jean Mota, que estão conseguindo fazer o time jogar, e Marinho, que ficou na partida durante pouco tempo, mas deu uma bela assistência e parece estar retomando o seu bom futebol. Ângelo, que entrou no lugar de Marinho, teve uma boa partida, com algumas chances criadas e cheio de personalidade, mas ainda está em desenvolvimento, afinal, tem apenas 16 anos.


A chance de classificação

Não é mistério para ninguém que o Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, não vê o Paulista com bons olhos e, por mais que seja um título que o Palmeiras brigaria entre os favoritos, está longe de ser uma prioridade dele. Inclusive, está semana o português deu uma polêmica entrevista em que afirmou: "Nem a FPF (Federação Paulista de Futebol) quer saber do Paulista".


Por mais que o português tenha cogitado usar o sub-17 ou o sub-20, ele optou por ir para o clássico com um time misto, com algumas peças importante e outras não tão consolidadas. Diferentemente do Santos, essa partida esteve longe de ser uma das melhores do Palmeiras da temporada. O diferencial é que o Verdão soube explorar a bola aérea - ponto fraco do rival - e usou muito bem a bola nas costas do F. Jonatan e o 1 contra 1 com o Pará.

Willian comemorando o gol. / Reprodução: Marcos Ribolli

O Palmeiras foi bem como um todo, mas passou muito sufoco após o segundo empate do Santos, o que resultou em uma superioridade numérica grande do time visitante (Palmeiras: 9 chutes / Santos: 22 chutes). Mesmo assim, essa superioridade é diferente de efetividade e futebol se ganha com bola na rede. Nesse caso, o time da casa foi muito bem e teve uma vitória importante contra o rival, o que dá uma moral para a equipe. Vale observar a mudança tática no Plameiras que vinha jogando com 3 zagueiros e 2 alas e no clássico usou o esquema mais comum de 2 zagueiros e 2 laterais, o que fez com que o time tivesse mais segurança na zaga pelos laterais não subirem muito. Mesmo assim, um problema recorrente foram os lançamentos nas constas dos laterais e isso precisa ser revisto com urgência porque Ângelo quase empatou o jogo em um lançamento de Pirani nas costas de Viña.


Os próximos passos

O cenário do Santos é preocupante. O time da baixada enfrenta o São Bento no domingo (09), às 16:00, na Vila Belmiro. A partida está sendo considerada a mais importante da história do clube, afinal, Santos está há 109 anos - desde sua fundação - sem cair para a segunda divisão de nenhum campeonato. Logo após esse jogo, terá mais tempo de se preocupar com uma possível classificação na Libertadores, ou apenas focar no Brasileirão ou Copa do Brasil.


Para o Palmeiras, o cenário é um pouco mais tranquilo. Embora ainda esteja vivo em todas as competições, deve focar mais na Libertadores e, mais futuramente, no Brasileiro, mas não deve desistir da classificação no Paulista. O Verdão joga domingo (09), às 16:00, no Moisés Lucarelli, contra a Ponte Preta, partida essencial para a sobrevivência no Campeonato Paulista.

1.191 visualizações
bottom of page