Palmeiras campeão da Libertadores: a América é alviverde outra vez
- Rafael Seinas
- 4 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
O clima era de muita tensão e nervosismo entre os torcedores palmeirenses. Após mais de 20 anos, o time voltava a disputar uma final de Libertadores da América. Como já é de costume entre os palmeirenses, não se comemora vitória antes do apito final, por mais que o Palmeiras estivesse sendo tratado como um dos favoritos ao título desde o início da competição.
O Palmeiras conseguiu a classificação para a final após sofrer muito no segundo jogo da semifinal contra o River Plate, o que foi um choque muito grande, pois o time vinha com bons resultados dentro e fora de casa nas duas fases anteriores. Mas o placar elástico que o Palmeiras construiu na Argentina ajudou, e muito. Seria trágico se, depois do ótimo jogo que fizemos em Avellaneda, fossemos eliminados em São Paulo em um jogo atípico onde o futebol apresentado não tinha a cara do Palmeiras.
No dia 30, as escalações de Santos e Palmeiras mostravam que os técnicos estavam se estudando muito. Abel Ferreira optou por iniciar o jogo com o Zé Rafael no lugar do Patrick de Paula, imaginando que do outro lado o atacante Lucas Braga fosse titular. Já o técnico Cuca, abriu mão do quarto atacante - que seria o Lucas Braga - e colocou o garoto Sandry de titular no meio-campo, pois esperava o Patrick titular no verdão, e não um volante mais defensivo como o Zé.

Abel Ferreira na beira do gramado / Reprodução: CNN Brasil
E assim foram os primeiros 45 minutos de jogo, poucas chances criadas, as duas equipes se estudando muito, um jogo muito truncado no meio de campo, mesmo com certa dominância do Santos em alguns momentos, o primeiro tempo foi bem abaixo do esperado.
Já no segundo tempo, a história foi outra, o Palmeiras começou a se impor no jogo, conseguiu imprimir mais velocidade, mas ainda assim faltava alguma coisa. Mesmo com a entrada do Patrick de Paula, o Palmeiras ainda tinha dificuldade para dar o último passe e finalizar no gol, até que, após um chute perigosíssimo do lateral Felipe Jonatan, a estrela de Abel Ferreira brilhou. Colocou Breno Lopes no lugar do Gabriel Menino, que vinha sendo um dos melhores jogadores do Palmeiras em campo.
Uma substituição que nem o palmeirense mais otimista esperava que fosse dar certo, afinal, o Breno vinha de uma sequência de atuações péssimas.
Com os oito minutos de acréscimos que foram dados pela arbitragem, o verdão tinha tempo para ganhar o jogo no tempo normal, e foi então que o técnico Cuca foi expulso após uma dividida com o lateral Marcos Rocha, o que chega a ser cômico. A expulsão do comandante do peixe desestabilizou o time do Santos. Já no primeiro ataque do Palmeiras após o reinício da partida, Rony acertou um belo cruzamento, e ele, o herói improvável, Breno Lopes, cabeceou no canto direito, sem chance alguma para o goleiro John, que nem se mexeu.

Breno Lopes cabeceia e marca / Reprodução: Globo Esporte
O sentimento foi de explosão, os mais de vinte milhões de palmeirenses espalhados pelo mundo entraram em êxtase, um gol aos 99 minutos, que nos levaria ao Bi da América. Após o gol, só esperávamos o apito final para erguer a glória eterna, e então, aos 105 minutos de partida, o juiz encerra o jogo e fomos campeões. Somos donos da América.
Um título para consagrar todo o sofrimento que passamos em 2018 na eliminação contra o Boca e em 2019 na eliminação precoce contra o Grêmio. Mas as vitórias só são valorizadas por conta das derrotas, era para ser desse jeito, e foi perfeito.
A sensação pós título para os palmeirenses é de dever cumprido. Ainda temos o mundial para disputar, mas a dificuldade é enorme, então, mesmo que esse troféu não venha, nós somos Bicampeões continentais, e chegamos forte na disputa pela Copa do Brasil. Aos jogadores, comissão técnica e diretoria, fica aqui o meu agradecimento por toda a luta, raça, dedicação, e o mais importante, sede de vitória. A família Palmeiras tem muito orgulho de todos vocês.
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